PF faz busca e apreensão em sítio frequentado por Lula em Atibaia
A 24ª fase da Lava Jato teve operação de busca e apreensão no sítio de Atibaia, que a família do ex-presidente Lula costuma frequentar, no interior de São Paulo. E surgiram novas informações sobre o imóvel.
Os investigadores da força-tarefa da Lava Jato não têm dúvidas: o ex-presidente Lula é o verdadeiro dono do sítio em Atibaia. Eles chegaram a essa conclusão depois de constatar que parte considerável dos itens pessoais do ex-presidente foi transportada de Brasília para o sítio quando Lula deixou o Planalto, no fim de 2010.
“As despesas de armazenamento, nós temos comprovação de que foram pagas pela empresa OAS”, afirma Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador da República.
Segundo a investigação, os pertences do ex-presidente foram transportados por duas empresas: Mudanças Cinco Estrelas LTDA e Três Poderes Mudanças e Transporte LTDA, a Granero. As duas contratadas pela União.
Coube à Granero a realização do transporte das roupas, que foram pro apartamento de São Bernardo do Campo; e parte da adega, que foi entregue no sítio de Atibaia.
Segundo o documento, o acervo audiovisual do ex-presidente se encontra atualmente armazenado na Granero.
É o que mostram essas fotos feitas pela Polícia Federal num galpão da transportadora.
Duas delas mostram uma caixa e um pacote em que está escrito caixa madeira sitio.
A Cinco Estrelas também transportou parte dos bens para o sítio de Atibaia e para o depósito da Granero, com custos pagos pela OAS, segundo a Receita Federal.
Em dezembro de 2010, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto autorizou a Granero a prestar esses serviços.
De acordo com o documento, três dias depois, a construtora OAS assinou um contrato de armazenagem com a Granero no valor de R$ 21.536.84, em benefício do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Segundo a investigação, a OAS indicou que o contrato tinha por objetivo armazenagem de material de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da OAS.
O serviço foi prestado entre janeiro de 2011 e janeiro de 2016. No valor total de quase R$ 1,3 milhão.
O relatório conclui que há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu vantagens indevidas da OAS, nesse valor, com adoção de prática de lavagem de dinheiro com ocultação e dissimulação de origem, natureza e propriedade de bens e recursos.
A Polícia Federal esteve nesta sexta-feira (4) no sítio para cumprir mandado de busca e apreensão. Em 2010, o local passou por uma grande reforma. E a suspeita é de que as obras tenham sido bancadas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, investigadas pela Lava Jato e também pelo pecuarista José Carlos Bumlai, preso em Curitiba e réu no esquema de corrupção da Petrobras.
Lula nega ser o verdadeiro proprietário e diz que apenas frequentava o local em dias de descanso.
A propriedade está registrada nos nomes de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios de um dos filhos do ex-presidente.
O Jornal Nacional teve acesso a cópias dos cheques usados na compra do sítio, que foram entregues pela defesa de Lula ao Ministério Público. Todos os cheques são assinados por
Jonas Suassuna no valor total de R$ 1,5 milhão.
Numa petição em que pedia ao Supremo Tribunal Federal a suspensão das investigações sobre o sitio, a defesa do ex-presidente afirmou que foi Jacó Bittar, pai de Fernando Bittar e amigo de Lula, quem procurou o sítio pra que as famílias pudessem conviver.
Os investigadores da Lava Jato receberam mais uma prova de que pessoas muito próximas do ex-presidente cuidaram pessoalmente da reforma no sítio. O empreiteiro que forneceu os equipamentos e a mão de obra para a reforma diz que quem pagou o serviço foi um ex-assessor especial de Lula.
Na defesa que apresentou na quinta-feira (3) à Lava Jato, o empreiteiro Carlos Rodrigues do Prado disse que o pagamento era feito semanalmente e em espécie por Rogério Aurélio Pimentel, totalizando o valor de R$ 167,4 mil”.
PF faz busca e apreensão em sítio frequentado por Lula em Atibaia
Investigadores não tem dúvidas de que Lula é o verdadeiro dono do sítio.
Lula nega ser o verdadeiro proprietário e diz que apenas frequentava o local.