CENTRAL DO BRASIL | barbacena
A antiga Estrada de Ferro Central do Brasil, anteriormente, Estrada de Ferro Dom Pedro II, foi a terceira grande ferrovia a ser fundada no Brasil em 1856 e, inaugurada em 1858, deixou sua indelével marca na história.
Depois do Cruzeiro do Sul, do Noturno Mineiro, N-1 e N-2, do Rápido R-1 e R-2 foi a vez dos magníficos e gloriosos trens Vera Cruz e Santa Cruz, novamente entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte no caso do Vera Cruz e entre Rio de Janeiro e São Paulo, no caso do Santa Cruz.
A partir de 1943, a E.F.Central do Brasil já recebera suas primeiras encomendas de locomotivas diesel-elétricas, no caso as fabricadas pela AMERICAN LOCOMOTIVE COMPANY - ALCO (BUZELIN, 2002), ao mesmo tempo em que preparava terreno para a chegada dos famosos carros BUDD em aço inóx, para formar num futuro bem próximo, o Vera Cruz e o Santa Cruz, com a inovação e implantação do CONTROLE DE TRÁFEGO CENTRALIZADO, o primeiro da América Latina (BUZELIN, 2002), na região entre Barão de Vassouras e Barão de Juparanã, na famosa Linha do Centro, em bitola larga (1,60m).
Paralelamente a isto, a indústria ferroviária dava grandes saltos de desenvolvimento nos Estados Unidos da América, com as atividades da fábrica de Edward Growen Budd, conhecida como THE BUDD COMPANY (BUZELIN, 2002), que fabricara os famosos Carros Budd, dentre inúmeras outras produções.
Na segunda remessa, mais 21 carros vieram, dentre eles, Dormitórios com cabine dupla e outros com cabines individuais; Carros Poltrona com capacidade para 76 passageiros; Carros cauda com salão e Carros Administração e, finalmente, os 19 restantes (BUZELIN, 2002).
A viagem experimental ocorreu em 1948 e, no histórico dia de 29 de abril de 1950, aniversário da Estrada de Ferro Central do Brasil, ocorreu a viagem inaugural dos trens Vera Cruz e Santa Cruz, que impressionariam as gerações durante décadas. Foi com assombro e grande deslumbramento que a sociedade brasileira, acostumada com os carros de madeira e os de aço carbono da ACF, ainda que luxuosos e sofisticados, contemplou os belíssimos carros Budd em aço inóx, chamando os trens por eles formados de Trem de aço, Trem de luxo dentre outros (BUZELIN, 2002).
Os Trens foram assim divididos: o Santa Cruz Diurno como DP-1, do Rio de Janeiro para São Paulo e o DP-2 também Diurno, de São Paulo para o Rio. Os prefixos DP, significa D = luxo; P = referênte ao ramal de São Paulo. O DP-1, segundo informações de Cerezzo, partia do Rio às 08h:00m e chegava à São Paulo às 17h:00m. O DP-2 partia de São Paulo às 08h:00m e chegava ao Rio às 17h:00m.
Havia os DP-3 e DP-4, sendo estes, porém, Noturnos, com dormitórios-cabine na composição. O DP-3 partia do Rio de Janeiro às 23h:00m e chegava à São Paulo às 08h:00m. O DP-4 partia de São Paulo às 23h:00m, mesmo horário, porém, em sentido contrário, para o Rio, onde chegava também às 08h:00m.
No caso do Vera Cruz, havia os prefixos D-3 e D-4 exclusivamente Noturnos, com Carros Dormitórios cabine dupla e individual. Trens de prefixo D-1 e D-2, no caso do Vera Cruz, somente as chamadas automotrizes (Carros Budd com motores próprios) devido a existência do Noturno Mineiro de prefixo N-1 e N-2, que existiam paralelamente com o Vera Cruz. O Noturno Mineiro existiu junto com o Vera Cruz até o dia 13 de dezembro de 1973, quando fora suprimido. As automotrizes Budd entre o Rio de Janeiro e São Paulo tinham prefixos DE-1 e DE-2.
O Vera Cruz cujo prefixo era D-3 partia do Rio de Janeiro às 20h:15m e chegava à Belo Horizonte às 08h:30m. Já o D-4, fazia o sentido contrário, partindo de Belo Horizonte também às 20h:15m e chegando ao Rio às 08h:30m da manhã do dia seguinte. O D-3 e o D-4 cruzavam-se na cidade de Ewbanck da Câmara - RJ.
As poltronas, extremamente confortáveis, em alguns Carros Cauda eram giratórias, o que proporcionava maior prazer às viagens. Este carro era utilizado pelos passageiros e funcionava como uma espécie de sala de estar, para os passageiros que passavam boa parte da viagem conversando.
As automotrizes Budd, também denominadas RDC = Rail Diesel Car, sigla registrada pela Budd Manufacturing Co, entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro, no caso, as de prefixo DE-1 e DE-2, num período de 1959 a 1964, partia, a DE-1, do Rio para Belo Horizonte e a DE-2, de Belo Horizonte para o Rio. Depois, o trecho percorrido por elas foi reduzido somente entre o Rio de Janeiro e Juiz de Fora.
FONTE:
NOTA:
O Eng. Henrique Durnont, pai de Santos Dumont, empreiteiro do trecho João Ayres (km 351) / Barbacena, também tem o nome grafado como Henrique Dumont em documentos disponíveis na Internet.
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[HD] MRS C36ME #3816-7, com trem Carregado, chegando em Jaú/SP.
Railroad: MRS Logística S/A.
Location: ZJU - Jaú, São Paulo State, Brazil.
Origination: River Port of Pederneiras, São Paulo State, Brazil.
Destination: Santos Port, Brazil.
Locomotives: GE C36ME #3816-7 MRS, GE C36ME #3885-3 MRS and GE C36ME #3878-1 MRS.
Train ID: Unknown.
Date: 22/08/2016.
Video: © Ferrovias BR - Produções Ferroviárias.
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