Memorial Patativa do Assaré | VISITE ASSARÉ
Patativa do Assaré teve a honra de, ainda em vida, ter seu trabalho reconhecido internacionalmente. Mas talvez o maior dos reconhecimentos tenha sido ver inaugurado, em 1999 – três anos antes de falecer -, o museu que leva seu nome e reúne parte de seu acervo pessoal e produção.
Localizado na praça da matriz de Assaré, onde o poeta costumava se sentar nas calmas tardes de sua velhice, o Memorial Patativa do Assaré possui um acervo interessante e vale a visita – principalmente pela oportunidade de conversar com filhos e netos do poeta, que cuidam do espaço e de sua memória.
Além do passeio pelas cinco salas temáticas, que contam sua história por meio de fotos, vídeos, áudio e objetos pessoais – incluindo mobiliário e os inseparáveis óculos escuros e chapéu – , o Memorial possui uma agradável sala com o acervo de quase tudo o que já foi publicado por Patativa, ou sobre o poeta. Há documentários, livros e discos, todos disponíveis para consulta. Entre eles, parcerias com Luiz Gonzaga e Fagner. Esta última, controversa, já que o cantor não teria dado crédito ao autor da letra (questão resolvida, amigavelmente, ainda em vida pelos dois).
Patativa – que nasceu Antônio Gonçalves da Silva e foi apelidado por José Carvalho, personalidade influente da cidade do Crato, que logo cedo viu o talento de cantador do rapaz – nasceu em 1909, na Serra de Santana, zona rural de Assaré. Frequentou a escola por seis meses, quando notou que já sabia mais que a professora. O resto, fez por conta, até mesmo se tornar ávido leitor de Camões. Aos poucos, a fama chegou à França, onde já foi tema de disciplinas das universidades de Sorbone e Poitier.
O antigo e espaçoso casarão onde funciona o Memorial foi adquirido pelo Governo Estadual e é mantido pela Prefeitura Municipal. Construído inicialmente para ser uma residência, já abrigou cadeia e, há quem diga, até mesmo um bordel.
A entrada é gratuita. Conta-se que por imposição de Patativa, que teria dito: “se os pobres não puderem entrar, então não quero ter museu”.
Por que visitar
Para saber mais sobre a fantástica história do poeta do sertão, que cantou a natureza, a vida e a morte em um lugar por muito tempo esquecido
IMPORTANTE: não deixe de visitar o museu Casa do Poeta, construção de taipa na Serra de Santana, com mais de 100 anos, onde nasceu Patativa
Endereço: Rua Coronel Francisco Gomes, 82 – Centro – Assaré
Tel.: (88) 3535-1742 ou 9713-2750
Como chegar: o Memorial Patativa do Assaré fica na praça principal da cidade, ao lado da matriz de Nossa Senhora das Dores.
deixe seu comentário, se gostar curta e compartilhe o vídeo, para mais se inscreva no canal do youtube para novos vídeos , #canalvariedades
Fique por dentro, aprenda siga os links atualizados abaixo
Se gostou Curta e compartilhe o vídeo #canalvariedades
Plantar + Cultivar + Colher + Florescer = Qualidade de Vida
Site Oficial -------- canalvariedades.com
playlist completa-----
Facebook curtir ------
inscreva Youtube -----
Instagram ------------
Twitter --------------
assistam as aulas com Sergio Semmerdjian
--------- confiáveis que indico ---------
Adubação completa ------------
Calda Bordalesa --------------
Comprar Mudas ----------------
Podas de Uva -----------------
Orquideas Cuidados -----------
plantaremcasa.com
Museu Memorial PATATIVA DO ASSARÉ ANIVERSÁRIO 110 ANOS DO POETA MAIOR
Minha homenagem ao Poeta Maior.
Elanio Tavares
O DIA EM QUE ENCONTREI PATATIVA DO ASSARÉ
O GRANDE POETA CEARENSE numa Praça em Fortaleza
VT Visita ao Memorial Patativa do Assaré
#VilaNovaPI #Patativa #Poesia #Memória #EmTodoCanto
Veja como foi a visita ao Memorial Patativa do Assaré!
Neto de Patativa do Assaré lança primeiro livro de poesias
Em Assaré, a 470 quilômetros de Fortaleza, Daniel Gonçalves da Silva, o Poeta Daniel, trabalha no Memorial em homenagem ao avô, Patativa do Assaré. Também escreve poesias, sonetos e cordéis. Apresenta, ainda, o programa “Acorda sertão” na rádio. O resultado dessa imersão pode ser conferido no primeiro livro: “Ser tão Sertão - A inspiração continua”.
SITE: diariodonordeste.verdesmares.com.br
INSTAGRAM: instagram.com/diariodonordeste
FACEBOOK: facebook.com/diariodonordeste
TWITTER: twitter.com/diarioonline
Homenagem ao Patativa do Assaré
CICERO DO ASSARE
TV PATATIVA
QUEM FOI PATATIVA DO ASSARÉ
Jordan e Kelly, moradores de Assaré (CE), apresentam o Memorial Patativa do Assaré e falam da vida do poeta.
programa exibido 18/09/2011
Patativa do Assaré e Fagner -1997
Patativa do Assaré e Fagner -1997. 88 anos do Poeta em Assaré-Ceará.
Curtam, emocionem-se e não esqueçam de se inscrever para que o canal permaneça publicando clipes, shows, e vários outros vídeos inéditos e exclusivos para enriquecer nossa cultura.
►INSCREVA-SE ????
►APERTA O LIKE ????
►ATIVE AS NOTIFICAÇÕES ????
►COMPARTILHE ????
Acompanhe as nossas redes sociais:
✩Instagram
✩Facebook
COISAS DO NORDESTE - PATATIVA DO ASSARÉ 88 ANOS DE POESIA
Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva) (1909-2002) nasceu no município de Assaré, interior do Ceará, a 623 km da capital Fortaleza. Filho dos agricultores Pedro Gonçalves da Silva e Maria Pereira da Silva, ainda pequeno ficou cego do olho direito. Órfão de pai aos oito anos de idade começou a trabalhar no cultivo da terra.
Com pouco acesso à educação, frequentou durante quatro meses sua primeira e única escola onde aprendeu a ler e escrever e se tornou apaixonado pela poesia.
Logo começou a fazer repentes e se apresentar em festas locais. Antônio Gonçalves da Silva recebeu o apelido de Patativa, pois sua poesia era comparada à beleza do canto dessa ave. Foi casado com Belinha, com quem teve nove filhos. Com vinte anos começou a viajar por várias cidades nordestinas e diversas vezes se apresentou na Rádio Araripe.
Com uma linguagem simples, porém poética, retratava em suas poesias o árido universo da caatinga nordestina e de seu povo sofrido e valente do sertão. No Ceará levou uma vida de pobre agricultor e cantador. Sua projeção em todo o Brasil se iniciou a partir da gravação de Triste Partida em 1964, toada de retirante de sua autoria gravada por Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
Bom dia vaqueirama do meu Brasil Associação Cultural Patativa do Assaré
Bom dia vaqueirama do meu Brasil Associação Cultural Patativa do Assaré
Patativa do Assaré -1999. fala ''MUSEU DE ARTE KARIRI''.
Patativa do Assaré -1999. fala ''MUSEU DE ARTE KARIRI''.
PATATIVA DO ASSARÉ: O OPERÁRIO E O AGREGADO
O Operário e o Agregado
Patativa do Assaré
Sou matuto do Nordeste,
Criado dentro da mata.
Caboclo cabra da peste,
Poeta cabeça-chata.
Por ser poeta roceiro,
Eu sempre fui companheiro
Da dor, da mágoa e do pranto.
Por isso, por minha vez,
Vou falar para vocês
O que é que eu sou e o que eu canto:
Sou poeta agricultor,
Do interior do Ceará.
A desdita, o pranto e a dor,
Canto aqui e canto acolá.
Sou amigo do operário
Que ganha um pobre salário,
E do mendigo indigente.
E canto com emoção
O meu querido sertão
E a vida de sua gente.
Procurando resolver
Um espinhoso problema,
Eu procuro defender,
No meu modesto poema,
Que a santa verdade encerra,
Os camponeses sem terá
Que os céus desse Brasil cobre,
E as famílias da cidade
Que sofrem necessidade,
Morando no bairro pobre.
Vão no mesmo itinerário,
Sofrendo a mesma opressão.
Na cidade, o operário;
E o camponês, no sertão.
Embora, um do outro ausente,
O que um sente, o outro sente.
Se queimam na mesma brasa
E vivem na mesma guerra:
Os agregados, sem terra;
E os operários, sem casa.
Operário da cidade,
Se você sofre bastante,
A mesma necessidade
Sofre o seu irmão distante.
Sem direito de carteira,
Levando vida grosseira,
Seu fracasso continua.
É grande martírio aquele
A sua sorte é a dele
E a sorte dele é a sua!
Disso, eu já vivo ciente:
Se, na cidade, o operário
Trabalha constantemente
Por um pequeno salário,
Lá no campo, o agregado
Se encontra subordinado
Sob o jugo do patrão,
Padecendo vida amarga,
Tal qual o burro de carga,
Debaixo da sujeição.
Camponeses, meus irmãos,
E operários da cidade,
É preciso dar as mãos
E gritar por liberdade.
Em favor de cada um,
Formar um corpo comum,
Operário e camponês!
Pois, só com essa aliança,
A estrela da bonança
Brilhará para vocês!
Uns com os outros se entendendo,
Esclarecendo as razões.
E todos, juntos, fazendo
Suas reivindicações!
Por uma Democracia
De direito e garantia
Lutando, de mais a mais!
São estes os belos planos,
Pois, nos Direitos Humanos,
Nós todos somos iguais!
***
Patativa do Assaré,
85 Anos de Luz e Poesia.
Autores: Geraldo Amâncio, Ivanildo Vilanova, Oliveira de Panelas e Otacílio Batista.
Patativa do Assaré-1997
Patativa do Assaré-1997.Casa de Farinha.
Patativa do Assaré: 100 anos (parte 2/2)
Reportagem sobre o centenário do Patativa de Assaré. Matéria do repórter Fábio Monteiro, exibida em 05/03/09, no programa Viva Fortaleza, da TV O Povo -- emissora afiliada à TV Cultura em Fortaleza, Ceará.
Patativa do Assaré - MINHA SODADE - Patativa do Assaré - ano de 1995
Patativa do Assaré - MINHA SODADE - Patativa do Assaré.
Álbum: Patativa do Assaré - 85 anos de poesia - Governo do Ceará - Secretaria da Cultura e Desporto - Centro Dragão do Mar.
Ano de 1995.
Coisas que o tempo levou.
Minha gente, minha gente,
Eu sei ocultar meu pranto.
Não pense que estou contente
Quando na viola canto,
Pois tá pensando o contrário.
Eu canto é como o canário
Preso na sua gaiola.
Tô cansado de dizer
Que se viver é sofrer
Eu já passei da bitola.
Se no mundo toda gente
O povo mau e o distinto
Cada um conta o que sente,
Eu quero contar o que sinto.
Meu sofrimento é sem fim.
Eu tenho dentro de mim
Uma sodade arranchada,
Tão grande, tão desmedida,
Que não pode ser medida,
Nem pescada, nem julgada.
Sodade, esta aguda seta
Que é mãe da recordação
Sabendo que eu sou poeta
Achou que meu coração
Pra se arranchar dava jeito,
E foi entrando em meu peito
Como broca em aroeira.
Que vai furando, furando,
Até que fica morando,
No miolo da madeira.
Com a mesma ingratidão
Veio a sodade sem dó,
Agarrou meu coração
Se enrolou e deu um nó.
E foi crescendo, crescendo,
Cada vez mais se estendendo
E por dentro enraizando.
Tanto ligou e apregou
Que em toda parte que eu tô
Ela tá me aperreando.
No verdor da minha idade
Modi acalentar meu choro,
Minha vovó de bondade
Falava em grandes tesouros.
Eram estórias de reinado,
Prencesa e príncipe encantado
Com feiticeira e condão.
Essas estórias engraçada
Tá selada e carimbada
Dentro do meu coração.
Mas, porém, eu sinto e vejo
Que a grande sodade minha
Não é só de história e beijo
Da querida vovozinha.
De manhãzinha bem cedo.
Sodade dos meus brinquedo
Meu bodoque e meu fornol.
O meu cavalo de pau,
Meu pião, meu berimbau
E a minha carça cotó.
Sem esperança e sem fé
Vejo o meu mal incurávi.
Eu tenho sodade até
Das coisa desagradávi.
Pois mesmo aquilo que eu via
Que não me dava alegria
Não ficava satisfeito
E nem me sentia bem,
Virou sodade também
E se arranchou no meu peito.
Sodade quando eu deitado
Na minha pequena rede
Escutava admirado
Nos buracos da parede
O cri cri cri dos grilos.
Sodade de tudo aquilo
Que para mim já morreu.
Sodade até das palmada
Cocorote, chinelada,
Que minha mã dava n’eu.
Nesse tempo eu pissuia
Paz, inocência e saúde.
Quando no inverno chovia
Eu ia brincar de açude
Nas levadas do terreiro.
Todo alegre e prazenteiro.
Mas aquele tempo belo
Que para mim já não torna,
Fez do meu peito bigorna,
E da sodade martelo.
E o velho martelo horrendo
Toda noite e o dia inteiro
No meu coração batendo,
Batendo como um ferreiro,
Maiando num ferro quente.
E assim todo deferente
Do resto da humanidade
Como um pobre vagabundo,
Vou arrastando no mundo
O meu fardo de sodade.
Já me achei bem rodeado
De amor, beijo e carinho,
E hoje triste e abondonado
Vou seguindo meu caminho
Sem alento e sem conforto,
Cansado, enjambrado e torto.
Com o grande peso da idade
O meu corpo até parece
A formatura de um S
Com que se escreve SODADE.
SARGENTO BANDEIRA O CAÇADOR DE ALMA SEBOSA
A TERRA É NATURÁ - Patativa do Assaré
A TERRA É NATURÁ
Patativa do Assaré
Sinhô dotô, meu ofiço
É servi ao meu patrão.
Eu não sei fazê comiço,
Nem discuço, nem sermão;
Nem sei as letra onde mora,
Mas porém, eu quero agora
Dizê, com sua licença,
Uma coisa bem singela,
Que a gente pra dizê ela
Não percisa de sabença.
Se um pai de famia honrado,
Morre, dexando a famia,
Os seus fiinho adorado
Por dono da moradia,
E aqueles irmão mais véio,
Sem pensá nos Evangéio,
Contro os novo a toda hora
Lança da inveja o veneno
Inté botá os mais pequeno
Daquela casa pra fora.
Disso tudo o resurtado
Seu dotô sabe a verdade,
Pois, logo os prejudicado
Recorre às oturidade;
E no chafurdo infeliz
Depressa vai o juiz
Fazê. a paz dos irmão
E se ele fô justicêro
Parte a casa dos herdêro
Pra cada quá seu quinhão.
Seu dotô, que estudou munto
E tem boa inducação,
Não ignore este assunto
Da minha comparação,
Pois este pai de famia
É o Deus da Soberania,
Pai do sinhô e pai meu,
Que tudo cria e sustenta,
E esta casa representa
A terra que Ele nos deu.
O pai de famia honrado,
A quem tô me referindo,
É Deus nosso Pai Amado
Que lá do Céu tá me uvindo,
O Deus justo que não erra
E que pra nós fez a terra,
Este praneta comum;
Pois a terra com certeza
É obra da natureza
Que pertence a cada um.
Esta terra é como o Só
Que nace todos os dia
Briando o grande, o menó
E tudo que a terra cria.
O só quilarêa os monte,
Tombém as água das fonte,
Com a sua luz amiga,
Potrege, no mesmo instante,
Do grandaião elefante
A pequenina formiga.
Esta terra é como a chuva,
Que vai da praia a campina,
Móia a casada, a viúva,
A véia, a moça, a menina.
Quando sangra o nevuêro,
Pra conquistá o aguacêro
Ninguém vai fazê fuxico,
Pois a chuva tudo cobre,
Móia a tapera do pobre
E a grande casa do rico.
Esta terra é como a lua,
Este foco prateado
Que é do campo até a rua,
A lampa dos namorado;
Mas, mesmo ao véio cacundo,
Já com ar de moribundo
Sem amô, sem vaidade,
Esta lua cô de prata
Não lhe dêxa de sê grata;
Lhe manda quilaridade.
Esta terra é como o vento,
O vento que, por capricho
Assopra, as vez, um momento,
Brando, fazendo cuchicho.
Otras vez, vira o capêta,
Vai fazendo piruêta,
Roncando com desatino,
Levando tudo de móio
Jogando arguêro nos óio
Do grande e do pequenino.
Se o orguiôso podesse
Com seu rancô desmedido,
Tarvez até já tivesse
Este vento repartido,
Ficando com a viração
Dando ao pobre o furacão;
Pois sei que ele tem vontade
E acha mesmo que percisa
Gozá de frescô da brisa,
Dando ao pobre a tempestade.
Pois o vento, o só, a lua,
A chuva e a terra também,
Tudo é coisa minha e sua,
Seu dotô conhece bem.
Pra se sabê disso tudo
Ninguém precisa de istudo;
Eu, sem escrevê nem lê,
Conheço desta verdade,
Seu dotô, tenha bondade
De uvi o que vô dizê.
Não invejo o seu tesoro,
Sua mala de dinhêro
A sua prata, o seu ôro
o seu boi, o seu carnêro
Seu repôso, seu recreio,
Seu bom carro de passeio,
Sua casa de morá
E a sua loja surtida,
O que quero nesta vida
É terra pra trabaiá.
Iscute o que tô dizendo,
Seu dotô, seu coroné:
De fome tão padecendo
Meus fio e minha muié.
Sem briga, questão nem guerra,
Meça desta grande terra
Umas tarefa pra eu!
Tenha pena do agregado
Não me dêxe deserdado
Daquilo que Deus me deu.
© PATATIVA DO ASSARÉ
In Patativa de Assaré (Melhores poemas), 2006
(seleção Cláudio Portella)
EDIÇÃO: GILSON SILVA - 12/09/2015
Casa do Poeta Patativa do Assaré
As alunas Amanda Alencar e Maria Freire e Dâmaris Leite(filmando), da Escola Moacir Mota, apresentam para todos vocês a casa do grande poeta Patativa do Assaré, situada na Serra de Santana a 18 Km da cidade de Assaré/Ce.