Prado a Cumuruxatiba (BA): Viagem de Moto I Ep.17 - Moto e Mochila Brasil
Viagem de Moto e Mochila Até Cumuruxatiba.
O itinerário do dia foi deixar Caravelas, passar por Alcobaça, visitar Prado e terminar em Cumuruxatiba, onde meus host argentinos estavam me esperando.
Em Alcobaça, apenas passei pelo centro, pelas praias centrais, vi o farol e segui viagem pela estrada de terra litorânea, pois nada ali me interessou muito.
São cerca de 20 quilômetros percorrendo a estrada que leva a comunidades simples de pescadores também algumas invasões de terra por parte de alguns movimentos sociais, como a Frente de Libertação Popular que tinha levantado barracos na Praia dos Quatis, tinha até igreja de lona e saco de lixo.
A estrada terminava ali e eu tive que entrar na BR.
Pela BR era mais rápido e antes de chegar na cidade de Prado entrei em na Praia de Guaratiba, uma praia dentro de um condomínio de casas residenciais. O residencial deixa o lugar com aspecto moderno burguês que não combina com as vizinhas com povos mais mais humildes de casas sem estrutura.
A praia de Guaratiba é bonitinha, bem cuidada pela associação e conta com uma pequena faixa de areia, uma mar sem ondas e uma barra que forma uma lagoa parada a beira da orla. Ali tem uma barraca de comidas e bebidas.
Rumei para Prado e parei na Praia do Coqueiral, onde tem a Barraca do Toti.
Comecei perguntando sobre o local e saí de lá duas horas depois de conversa com Neusa, proprietária da barraca e suas duas ajudantes, Cris e Isa. Mineira, Neusa, chegou na Roça Chique, como ela chama a cidade de Prado, para tentar a vida e esta tentando ainda. Conseguiram montar esta barraca com poucos recursos e na própria mão e hoje consegue oferecer comida boa e hospedagem econômica de frente para o mar.
Fique de ajuda-las com o marketing da barraca, mas até agora elas não me aceitaram no Facebook.
Saí de lá feliz satisfeito com o encontro e peguei a Estrada Litorânea que percorre praias lindíssimas, isoladas e incríveis.
A primeira delas é a Praia das Amendoeiras, depois Praia da Paixão, seguidos por Praia do Tororão que tem uma bica d´água, Japara Grande e Japara Mirim. Não vou tentar descrevê-las, pois as fotos estão aí pra isso e eu não conseguiria fazer melhor. Só atenho a me dizer que todas são igualmente bonitas, mas diferem em alguns detalhes, como presença de falésias, lagoas, canais e bares com serviços.
Antes de chegar a Cumuruxatiba, ainda tentei entrar na Praia dos Dois Irmãos, mas uma placa dizendo “território indígena” em cima de uma porteira fechada com arame farpado me impediu de seguir.
Entrei em Cumuru, como é conhecida a vila de pescadores, de pousadeiros e da populaçao de 2 mil forrozeiros, reggaeiros e cachaceiros, para sair depois de 3 noites ali.
Até este ponto da viagem, foi o lugar onde mais passei o tempo.
A praia nem é o destaque de Cumuruxatiba, pois tem uma maré forte que inviabiliza o aproveitamento da faixa de areia praticamente o dia todo. Apesar disso é uma boa aproveitar a maré baixa para ir andando pelo mar até o recife de corais a cerca de 400 metros da orla e ver peixes e caranguejos represados em piscinas naturais.
Passei um bom tempo lá, porque a galera da casa que fiquei e da vila são muito acolhedores e gente boa.
Fiquei em uma república numa casa de frente para o mar de três amigos argentinos (sendo um casal) e uma brasileira. Vinicius foi quem me chamou pelo Couchsurfing. Ele é um jovem de 19 anos de Córdoba que mora em Cumuruxatiba há 3 meses na casa de seu pai (que agora mora em Buenos Aires), mas já esta indo embora de bicicleta para o norte da Bahia. O casal Jero(nomio) e Vale(ntina) também estão aqui de passagem, pois em breve partem para o nordeste do Brasil. Completa o time, a professora de Matemática, Português, Geografia, História e algumas coisas mais, Amanda, que dá aula em uma escola indígena.
Essa galera que conhece muita gente daqui me apresentou ainda a bem humorada Jaqueline, o pescador e caipirinha-maker Tito, o fala mansa e conhecedor da quebrada Nilo. Contemplamos o nascer da lua cheia do Mirante do Morro da Fumaça, fizemos comidas, bebemos e saímos juntos para o forró da Barraca do Marola. Por isso, fiquei quatro dias e três noites aqui antes de me despedir e partir para Barra do Cahy.
Barra do Cahy e Ponta do Corumbaú não estavam nos planos, mas seguindo minha filosofia de aceitar todas as sugestões dos nativos, incluí-los na lista e fui.
Este vídeo faz parte do projeto Moto e Mochila Brasil, a expedição de um homem só que esta fazendo uma viagem de moto em volta na América Latina.
O roteiro passa por todo o litoral do Brasil, selva amazônica e sobe a América Central pelo Oceano Pacífico até México e desce a Litoral do Pacífico até o Ushuaia Argentina.
Tudo isso em 2 anos e parando em vários lugares, conhecendo muita gente e fazendo muita história.
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