Torres Vedras, Portugal, Junho de 2015
É sede do mais extenso município do Distrito de Lisboa, com 407,15 km² de área e 79 465 habitantes (2011), subdividido em 13 freguesias. O município é limitado a norte pelo município da Lourinhã, a nordeste pelo Cadaval, a leste por Alenquer, a sul por Sobral de Monte Agraço e Mafra e a oeste pelo oceano Atlântico. Torres Vedras foi elevada à categoria de cidade a 2 de março de 1979. Situa-se cerca de 41 km a noroeste de Lisboa.
A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta à Invasão romana da Península Ibérica, conforme o demonstram diversos testemunhos arqueológicos, como lápides, moedas e outros artefatos, atualmente no Museu Municipal, assim como a análise da argamassa na alvenaria de uma das cisternas do castelo. Embora Pinho Leal remonte a primitiva fortificação de Torres Vedras aos Godos ou aos Alanos (Portugal Antigo e Moderno), terão sido os Muçulmanos que a terão reedificado.
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, no contexto da conquista de Santarém (1147), a fortificação de Torres foi tomada em 1148 pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185). No ano seguinte, o soberano doou os domínios da povoação e seu castelo a D. Fuas Roupinho, nobre a quem se atribuiu a reconstrução e reforço das muralhas da fortificação.
Desse modo consta ter resistido em 1184, por onze dias, ao assédio que em vão lhe foi imposto por uma coluna das tropas muçulmanas espalhadas pela região de Santarém, após o insucesso do ataque aquela cidade sob o comando do emir Abu Ya'qub Yusuf.
Recebeu, mais tarde, as atenções de Dinis I de Portugal (1279-1325), que reforçou e lhe ampliou as defesas (1288), e de D. Fernando (1367-1383), que lhe mandou reparar a cerca da vila (1373).
À época da crise de 1383-1385, tendo o seu Alcaide-mor, João Duque, tomado partido por D. Beatriz, sofreu assédio das forças do Mestre de Avis, em fins de 1384. A sua defesa assim foi descrita à época:
A povoação e o seu castelo constituíram-se em residência temporária de diversos reis de Portugal, entre os quais D. João I (1385-1433), o qual reuniu aqui o Concelho para decidir sobre a conquista de Ceuta, marco inicial dos Descobrimentos portugueses.
Sob o reinado de D. Manuel (1495-1521), a vila recebeu o Foral Novo (1510), tendo o soberano lhe determinado obras de reconstrução nas defesas (1516), das quais são testemunhos a Porta em arco ogival, encimado pelas armas do soberano, ladeadas por esferas armilares com a Cruz de Cristo. Essas obras na cerca da vila prosseguiam ainda em 1519.
Durante a Dinastia Filipina, forças sob o comando de D. António, prior do Crato, desembarcado em Peniche pela armada de Sir Francis Drake, marchando sobre Lisboa, chegaram a tomar o Castelo de Torres Vedras (1589), sendo, entretanto, desalojadas em seguida por Manuel Martins Soares e pelo Capitão António Pereira, quase sem resistência, obrigando D. António a retornar ao exílio.
Em meados do século XVIII o terramoto de 1755 causou o desmoronamento das edificações internas do castelo, bem como do remate das suas muralhas.
No contexto da Guerra Peninsular, o antigo castelo medieval viu a sua posição ser revalorizada quando da construção das chamadas Linhas de Torres. À época, a sua estrutura foi reaproveitada para a instalação de artilharia e as suas dependências utilizadas como reduto n° 27 do 1º Distrito das Linhas de Torres (1810).
Posteriormente, durante as Guerras Liberais, foram reconstruídos os troços de muralha a Leste e alguns torreões do lado Norte, sob a direção do Corregedor Lourenço Homem da Cunha de Eça (1830). Utilizado como quartel das tropas sob o comando do Conde de Bonfim, foi bombardeado em Dezembro de 1846 pelas do Marechal Saldanha, o que acarretou a explosão do paiol de pólvora e a sua consequente rendição.
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Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral Monte Agraço~, Torres Vedras.
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